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SOBRE O EVENTO

EPPAD

Bitita se via como chata. Quando queria, dizia ela, chorava por horas para conseguir algo. Na espreita compreendia os meandros dos adultos, ainda tão miudinha. Observava tudo, questionava e balançava os pactos convencionais estabelecidos com suas perguntas cirúrgicas em meio as contradições adultas. Carolina Maria de Jesus é a plena infacialização nas escritas rasuradas de Bitita (JESUS, 2016). Nesses incorporados lastros do existir o Encontro de Pesquisas-Práticas de Áfricas e seus Diásporas - Mandingas Epistemológicas: resistências e rupturas se coloca como um momento de celebração. Da alacridade (SODRÉ, 2017). Da potência do encontro como produção de força vital. Axé. Por isso nos inscrevermos nas fretas e afirmamos o devir de nossa comunidade. Somos a plena infancialização (NOGUERA, 2018). Nessa condição filosófica afroperspectivista alimentamos combinações a fim de possibilitar invenção de novos modos de vida. O encontro se propõe ser Bitita. Da desestabilização mandigada diante azeviche olhares faremos partilhas dos negros conhecimentos assentados no cotidiano da comunidade negra. Convidamos todas as pessoas a partilhar do saber que se pesquisa, trocar ideias, mesclar a graduação com a pós, docente com discente, de dentro e de fora da universidade, bota pra jogo e refazer o que está posto. É vir pra escutar e conversar, camará. São estas encruzas que nos fazem criar alternativas ancestrais aos deslocamentos de futuridade distópicas postas pela monoracionalidade (SIMAS, RUFINO, 2018). Não nos esqueçamos que foram os Ibejis que enganaram iku, a morte, com toques incessantes de tambores e a fizeram se retirar de cena. Nos afirmemos na ordem do dia feito Bititas e Ibejis, uma vez que, a missão é uma só: construir e fornecer pluriversalidades (RAMOSE, 2002) no que tange a trágica normatividade civilizatória.

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